E não é nada fácil quando todo mundo ao seu redor também está usando. Parte de seu trabalho consiste em oferecer tratamento em clínicas de desintoxicação para viciados em tecnologia. Às vezes as pessoas fumam para ganhar concentração ou se manter alertas. A nicotina presente nos produtos de tabaco geralmente é suficiente para despertar seu cérebro, mas não há substituto para uma boa noite de sono, uma alimentação saudável, a prática de exercícios e a vontade de curtir a vida. É verdade que a nicotina presente nos produtos de tabaco reduz seu apetite e lhe anima quando você sente que o nível de energia está caindo por causa da fome. Mas esses efeitos não duram e, antes que você espere, já está com fome de novo.
Persistência para o tratamento
Embora a cocaína seja altamente viciante, a ideia de que ela possa causar dependência desde o primeiro uso é mais complexa. A dependência química geralmente se desenvolve ao longo do tempo, à medida que o uso da substância aumenta. No entanto, a cocaína é conhecida por seu efeito intensamente euforizante, o que pode levar a um padrão de uso compulsivo rapidamente. Ela aumenta os níveis de dopamina no cérebro, um neurotransmissor associado ao prazer e à recompensa, o que contribui significativamente para o seu potencial viciante. De acordo com diversos estudos médicos, a cocaína é, de fato, uma das drogas mais viciantes disponíveis, em parte devido a seus efeitos rápidos e intensos.
Relação causa-efeito
A publicação destaca que, isoladas, cocaína e maconha já tiveram constatados efeitos negativos em funções neurocognitivas. Da cocaína, estudos já apontaram para déficit na atenção, fluência verbal, processamento espacial e altas taxas de morbidade e mortalidade. A maconha, por sua vez, já foi associada a déficits na atenção, memória, aprendizado verbal — em casos de um uso mais intenso ao longo da vida, pode haver consequências mais sérias, como dano no córtex pré-frontal e psicose. Isto porque, a médio e longo prazo, a associação entre essas drogas mostrou maior propensão à recaída e piora em capacidades cognitivas, como na atenção e memória. Mas não descartam, porém, o potencial de exploração para tratamento da dependência em cocaína de uma substância específica da maconha, o canabidiol, que, isolado, tem demonstrado seu efeito terapêutico para outros usos. Pessoas com dependência em cocaína e crack por vezes associam fumar maconha a uma forma de atenuar a “fissura”, ou ansiedade, por aquelas drogas.
A Cocaína é Viciante? Entendendo o Risco desde o Primeiro Uso
A maconha é a droga ilegal mais consumida em todo o mundo e a que mais se expandiu nas últimas décadas. Para ajudar a avaliar seus efeitos sobre a saúde, o pesquisador Wayne Hall, da Universidade Queensland, na Austrália, realizou uma revisão dos resultados dos estudos em torno do consumo de cannabis durante os últimos vinte anos. No estudo com os 123 dependentes e voluntários, os clínica de recuperação de dependentes químicos pesquisadores perceberam também que, quanto mais cedo na vida estes pacientes começaram a usar maconha e cocaína, maiores as chances de recaída. A pergunta parece simples, mas a resposta depende de para quem se pergunta. Os piores efeitos, contudo, estão na pessoa que está passando por esse momento, que vão precisar de uma rede de apoio e ajuda para lidar com as consequências.
“A associação entre cannabis e cocaína é um fenômeno atual e relevante que inclui ações misturadas das drogas e interações frequentemente desconhecidas”, diz o artigo sobre a combinação entre as drogas. Uma outra limitação do artigo publicado no Drug and Alcohol Dependence, segundo seus próprios autores, foi a impossibilidade de analisar o tipo de maconha usada pelos participantes, já que eles consumiam a droga em casa ou em suas atividades sociais. Estas habilidades foram medidas com testes cognitivos e exames de neuroimagem. Durante o processo, os participantes foram monitorados também com exames de urina, para verificar o eventual uso de drogas. A frequência de sessões, assim como o eventual uso de remédios, especialmente para quem já sofre de algum caso psiquiátrico, depende muito das características de cada pessoa.
Para ser representativo da população brasileira de 12 a 65 anos, o 3º Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas definiu seu plano amostral a partir de critérios metodológicos semelhantes aos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE. “Há um enorme desafio em realizar uma pesquisa como esta, que busque ser representativa da população brasileira. Este é o mais completo levantamento sobre drogas já realizados em território nacional. É a primeira vez que um inquérito sobre o uso de drogas no país consegue alcançar abrangência nacional, sendo representativo inclusive de municípios de pequeno porte e de zonas de fronteira, por exemplo. Entre maio e outubro de 2015, pesquisadores entrevistaram cerca de 17 mil pessoas com idades entre 12 e 65 anos, em todo o Brasil, com o objetivo de estimar e avaliar os parâmetros epidemiológicos do uso de drogas.
Dada a diversidade de opiniões, uma maneira de classificar as substâncias causadores de vício é consultar grupos de especialistas. Em 2007, David Nutt e sua equipe pediram a diversos especialistas que fizessem uma classificação, e descobriram várias coisas interessantes. No caso da maconha, quadros como depressão e ansiedade podem ainda contribuir para um risco maior de vício, já que a droga é muitas vezes usada para mascarar os sintomas ruins. Embora não seja garantido que alguém vá desenvolver dependência desde o primeiro uso de cocaína, é inegável que esta droga possui um alto potencial viciante. O risco de evoluir para um padrão de uso compulsivo e, eventualmente, para a dependência, é significativo. É essencial estar ciente desses riscos antes de considerar o uso da cocaína e buscar ajuda profissional imediatamente se o uso da substância se tornar um problema.
O alívio que você sente ao fumar vem do ato de tirar um tempo para fumar e também dos efeitos químicos da nicotina no cérebro. Se você retornar ao ambiente estressante logo depois de acabar o cigarro, a tensão logo voltará e você precisará de outro cigarro. O cigarro, na verdade, não faz a tensão, o stress ou depressão sumirem. Foi somente no final dos anos 1980, com a descoberta dos receptores da nicotina no cérebro e seu poder de viciar (maior do que drogas como cocaína e heroína), que a coisa mudou de figura. Um mês após a alta, mantiveram a abstinência 77% dos dependentes de cocaína que também fumavam maconha; após três meses, 35%; seis meses, 19%.
O vício em drogas tem sido um tema amplamente debatido ao longo dos anos, despertando preocupação e atenção em diferentes contextos sociais. Esse problema afeta não apenas o indivíduo viciado – de qualquer idade, gênero ou classe social -, mas também suas famílias, amigos e a sociedade como um todo. Uma nova vacina em desenvolvimento por pesquisadores brasileiros seria capaz de bloquear os efeitos da cocaína de tal forma que diminuiria o interesse dos usuários pela droga. Criada por cientistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o imunizante pode ser, em poucos anos, peça fundamental para o tratamento do vício. No Brasil, o consumo de cocaína é quatro vezes maior que a média mundial, de acordo com dados do escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). Aproximadamente 1,4 milhão de pessoas entre 12 e 65 anos relataram ter feito uso de crack e similares alguma vez na vida, o que corresponde a 0,9% da população de pesquisa, com um diferencial pronunciado entre homens (1,4%) e mulheres (0,4%).
Remédio anticovidO Ministério da Saúde ampliou temporariamente o uso do remédio antiviral da Pfizer, Paxlovid, contra covid para todas as pessoas acima de 18 anos com alto risco de progressão para Covid grave. Antes, o antiviral só era indicado para pessoas acima de 65 anos com maior risco de gravidade para a covid. O motivo para a ampliação da oferta no SUS é o vencimento próximo de um lote específico do medicamento. Ela é válida somente para este lote, cuja validade é até o dia 31.