Lipoaspiração: os riscos da cirurgia feita por Luana Andrade

A médica diz que é raríssimo acontecer parada cardiorrespiratória, mas pode acontecer. Hoje em dia as cirurgias plásticas já alcançaram um alto grau de segurança, se comparadas a outras modalidades cirúrgicas. Mesmo assim é uma “cirurgia”, e como tal exige do paciente muita atenção nos cuidados pré e pós-operatório, pois sempre haverá riscos, por menores que sejam. E para minimizar esses riscos, exames são solicitados durante a consulta,  como eletrocardiograma, hemograma, coagulograma, urina e glicemia.

Conheça cuidados de pré e pós-operatório das cirurgias mamárias

Ela perdeu muito sangue, sofreu uma parada cardiorrespiratória e acabou morrendo ainda na mesa de cirurgia. Apesar da diferença entre os grupos não ter sido significativa, o objetivo primário deste estudo não era a avaliação de sangramento e o tamanho amostral foi pequeno para chegarmos a conclusões definitivas. Outro aspecto é que a anticoagulação com heparina só era iniciada de comum acordo entre a equipe clínica e cirúrgica, sendo que 99,2% dos pacientes com IAM perioperatório receberam aspirina e 65% receberam clopidogrel, mas apenas 86,7% dos pacientes receberam algum tipo de heparinização plena63.

Uma doença no coração instável ou não tratada, por exemplo, sob os efeitos da anestesia pode desencadear uma arritmia e até mesmo causar um infarto —a maioria dos anestésicos são depressores respiratórios e cardíacos, o que significa que afetam o batimento normal do coração. Entretanto, o tempo de ato cirúrgico não deve ser confundido com o tempo de permanência do paciente no ambiente de Centro Cirúrgico, pois, esta permanência envolve também o período de preparação anestésica e recuperação pós-operatória. É consenso da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, que o volume total a ser retirado não ultrapasse de 5 a 7% do peso corporal em cada procedimento. Mas, eles podem ser minimizados com alguns cuidados, como por exemplo, seguir todas as recomendações médicas antes e depois da cirurgia. Esses geralmente são perceptíveis à palpação e tendem com a evolução atingindo gradativamente o resultado almejado. A obtenção do resultado definitivo pode ser auxiliada por técnicas de fisioterapia e nunca se deve considerar como definitivo qualquer resultado, antes de nove meses do pós-operatório.

Porque lipo pode dar parada cardíaca?

Saúde

Porém, deve-se sempre pesar o risco de sangramento e o benefício da anticoagulação. É aí que se tem noção das condições do coração para durante a operação reduzir intercorrências, como hipertensão, insuficiência cardíaca, arritmia ou a presença de diabetes, dislipidemia (colesterol alto), obesidade, entre outras. Alguns só descobrem problemas quando o cirurgião solicita uma avaliação cardiológica antes do procedimento desejado.

Cirurgia Plástica x Problemas Cardíacos

Os sintomas mais comuns da arritmia cardíaca são palpitações, desmaios, tonteiras, confusão mental, fraqueza, pressão baixa, dor no peito. Em seu site, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica tem uma lista de possíveis riscos da lipoaspiração. Dentre eles está “trombose venosa profunda, complicações cardíacas e pulmonares”. A hidrolipo não pode ser feita em pacientes com anemia, problemas cardíacos e problemas respiratórios. “Tem que ser feita uma checagem clínica pré-operatória, fazer o risco cirúrgico e operar em condições adequadas”, reforça o cirurgião. A morte de Luana Andrade, influenciadora digital, participante do “Power Couple 6” e assistente de palco do “Domingo Legal”, pegou os seguidores dela de surpresa.

Mesmo a realização de procedimentos endovasculares para correção de aneurisma de aorta apresenta uma incidência de IAM de 7%68. Por outro lado, quando são avaliadas populações não selecionadas, a incidência parece ser bem menor, variando entre 0,27% a 1,8%5,69,70. Cabe ressaltar que tais incidências podem estar subestimadas devido ao caráter retrospectivo desses estudos, dos diferentes critérios diagnósticos utilizados e da ausência de monitorização para busca ativa de eventos. No perioperatório, uma série de fatores pode contribuir para a instabilização de placas de aterosclerose. Os níveis de catecolaminas e o cortisol aumentam após a operação e podem permanecer elevados por dias. Eles aumentam com a dor, anemia e hipotermia, podendo levar à vasoconstrição nas artérias coronárias e à instabilização de placas.

Segundo os algoritmos de avaliação perioperatória visando à detecção precoce do IAM perioperatório16, a monitorização com eletrocardiograma e com dosagem de troponina diária até o terceiro dia do perioperatório está indicada em pacientes de risco cardiovascular intermediário ou alto. O diagnóstico do IAM perioperatório é difícil porque em 50 a 61% dos casos a dor torácica característica está ausente em virtude de mastopexia recuperação sedação e de alterações cognitivas ou é atribuída à ferida cirúrgica10. Além disto, podem ocorrer alterações no segmento ST inespecíficas relacionadas a distúrbios eletrolíticos, hipotermia, pericardite ou trauma torácico, hiperventilação, efeito de drogas ou mudanças de decúbito. Problemas cardiológicos somados ao estresse metabólico e circulatório que qualquer cirurgia causa podem colocar a vida em risco. É possível ocorrer perda de sangue, liberação de substâncias na circulação, hipotermia, isquemia miocárdica e efeitos de drogas ou medicamentos administrados por conta do procedimento. A resposta é complexa e de grande responsabilidade, que não deve ser resumida em um simples sim ou não.

É discutida neste relato a resposta vagal exacerbada como principal mecanismo causal do evento. O sucesso do desfecho da paciente em questão ressalta a importância da vigilância do anestesiologista, e do pronto reconhecimento e tratamento de mudanças de ritmo no eletrocardiograma. Apesar de esses estudos anatomopatológicos indicarem que o principal mecanismo para o IAM perioperatório fatal seja a instabilização e ruptura da placa de aterosclerose, eles são retrospectivos e incluíram um pequeno número de pacientes. Ellis e cols.62 tentaram determinar a causa do IAM perioperatório em pacientes que sobreviveram a tais eventos em um estudo retrospectivo com 21 pacientes que sofreram IAM perioperatório e 42 controles que foram submetidos a operações vasculares e realizaram cineangiocoronariografia pré-operatória. As características angiográficas (número, local e aspecto das lesões) foram comparadas entre pacientes com e sem IAM perioperatório para tentar estabelecer quais lesões causaram o IAM.

“Além disso, é necessária avaliação cardiológica e anestésica que atestem a condição clínica para o procedimento”, diz Patrícia Lyra. O médico diz que as práticas esportivas também são indicadas porque elas vão auxiliar a pessoa a moderar o peso e estar numa condição ideal para fazer um procedimento cirúrgico dessa natureza. “As sociedades médicas e o Conselho de Medicina regem que a gente não deve aspirar mais do que 5% do peso corporal”, diz Ariosto Santos.

Portanto, a antiagregação e anticoagulação no IAM perioperatório deve ser feita com cautela e após uma discussão interdisciplinar da relação risco/benefício. Um neurocirurgião que examinou a manicure Nayara Cristina Patracão, 24, internada em UTI de São Carlos (232 km de São Paulo) desde o dia 7 após sofrer uma parada cardiorrespiratória durante uma lipoaspiração, declarou que a jovem não apresenta morte cerebral. O diagnóstico de morte cerebral havia sido feito na última segunda-feira (14) por três médicos do hospital em que Nayara está internada. Todo paciente que será submetido a uma cirurgia, seja ela cirurgia plástica ou não, deve realizar uma série de exames pré-operatórios para investigarmos se ele possui todas as condições clínicas ideais para ser submetido a este procedimento. Lembrando que a cirurgia só deve ser feita após os 18 anos, não é recomendada a lipoaspiração para adolescentes, por uma série de fatores.

Esta revisão aborda a fisiopatologia, a incidência, o diagnóstico e o tratamento do IAM perioperatório, baseado nas evidências atuais. Em pacientes com supradesnivelamento do segmento ST, a utilização de trombolíticos está formalmente contraindicada devido ao proibitivo risco de sangramento78. O tratamento de escolha em tais casos é a angioplastia primária, desde que o paciente não apresente nenhum sangramento ativo que contraindique o uso do clopidogrel1,3,16. Berger e cols.79 estudaram especificamente a evolução clínica e o prognóstico de 48 pacientes submetidos à cineangiocoronariografia imediatamente após o IAM ocorrido até o sétimo dia pós-operatório, obtidos do banco de dados do serviço de hemodinâmica.

A indicação segue também um desejo do paciente e a avaliação detalhada e minuciosa de um cirurgião plástico”, explica Calazans. Sem contar que a quantidade de gordura máxima que pode ser retirada na operação é 7% do peso corporal, não mais que isso. Quanto aos sintomas, no estudo de Devereaux e cols.73, apenas 34,7% dos pacientes apresentaram algum sintoma de isquemia. Portanto, a maior parte dos casos de IAM ocorre nos primeiros dias de pós-operatório, é assintomático e sem supradesnivelamento do segmento ST56,57,63,73.


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