Porém, o que muitas pessoas não sabem é sobre a existência de soluções terapêuticas para o abuso das drogas. O tratamento para os dependentes deve ser personalizado, levando em consideração a individualidade e a necessidade de cada paciente. Quando o uso de drogas passa a ser incontrolável, o usuário cria tolerância às substâncias, o que o leva a aumentar a dose para obter os mesmos efeitos. Mas, como pudemos perceber até aqui, quando uma pessoa chega ao nível da dependência química, ela não tem mais o controle da situação e nem escolhe consumir ou não a substância. Nesse momento, o apoio e a empatia das pessoas mais próximas é fundamental — assim como a busca por ajuda profissional.
É importante ver o dependente químico como alguém que possui uma doença crônica – e ela, como qualquer outra, exige abordagem terapêutica. Recentemente, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Instituto Nacional de Câncer (INCA) e a Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, avaliou o perfil do usuário de drogas no Brasil com idades entre 12 e 65 anos. Os dados revelam a necessidade de buscar alternativas mais eficientes para conter os impactos desse problema sobre a saúde individual e coletiva. Outro ponto de destaque é que transtornos mentais podem ser identificados ao longo do processo. O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) identificou que cerca de 35 milhões de pessoas ao redor do mundo sofrem com algum tipo de transtorno por conta do uso de drogas, sendo a depressão o mais comum. Uma característica importante desta fase é o apoio de pessoas queridas para que o paciente tenha forças para finalizar o tratamento.
Qual é a etapa mais difícil de recuperação de dependente químico?
O psicólogo procura compreender a história do paciente para chegar à uma conclusão acerca da sua necessidade de usar álcool ou drogas. Suas motivações, anseios, sonhos, medos e frustrações são entendidas através da escuta. Assim, o profissional consegue fazer a orientação de formas mais adequadas de suprimento de suas necessidades emocionais.
Vários fatores além dos biológicos influenciam o desenvolvimento da dependência. Elementos sociais e culturais, por exemplo, determinam quais substâncias são aceitáveis para o consumo, bem como os momentos considerados apropriados para tal. Uma pessoa pode passar a consumir drogas ou álcool em um contexto social permissivo (festa, reunião de amigos, sua residência) e se tornar dependente. O psiquiatra receita a medicação para tratar a doença e realiza o acompanhamento do paciente, observando sua melhora com o passar do tempo. Também é responsabilidade deste profissional ministrar remédios que não comprometam a desintoxicação do dependente químico.
Sendo que, além dos médicos, os técnicos também são os elementos de escuta destas novas construções, os receptores dessa nova demanda de relacionamento. Estes são modelos de relacionamentos diferenciados, uma vez que o trabalho terapêutico de internação, de hospital-dia e de manutenção da abstinência é um todo. O processo de mudança de hábitos Reabilitando Vidas envolverá a participação ativa e a responsabilidade do paciente. A partir de sua participação num programa de auto-manejo, o indivíduo alcança novas habilidades e estratégias cognitivas, podendo, os hábitos, serem transformados em comportamentos através da regulação de processos mentais superiores conscientização e tomada de decisão.
opções de tratamento para dependentes químicos
No entanto, as modalidades de internação são regulamentadas, pois elas precisam ter um tempo de início e fim. Geralmente as instituições trabalham com períodos de três meses a 12, porém, não é nenhuma garantia de que o dependente químico vá sair de lá apto a ter uma vida social normal e nunca mais vai voltar ao uso de drogas. Isso é mais uma questão de vontade dele mesmo, de contar com as ferramentas necessárias, com o apoio necessário para que isso possa ser feito. Já para os alcoólatras existem outras instituições direcionadas e até grupos de apoio na comunidade, conhecidos como Alcoólicos Anônimos, por exemplo.
Qual a duração do tratamento para dependentes químicos?
Na medida que esse grau de dependência aumenta, o organismo vai desenvolvendo uma tolerância aos seus efeitos, ou seja, a pessoa precisa de quantidades cada vez maiores do elemento para poder vivenciar as mesmas sensações positivas. Por isso, é importante observar que existem diversos níveis de dependência e nem sempre é preciso que o usuário tenha o seu comportamento totalmente alterado com a substância ou que ele seja capaz de cometer transgressões para conseguir a droga. A dependência química é mais comum do que podemos imaginar em nossa sociedade, mas, muitas vezes, ela pode não ser percebida ou, até mesmo, não ter a sua gravidade considerada.
Para isso, os medicamentos devem ser usados apenas com supervisão, 24 horas por dia, 7 dias por semana, para que a pessoa realize o tratamento corretamente e reduza os sintomas de abstinência. Inicialmente, para combater a “fissura”, que é o desejo iminente de usar a droga, podem ser usados medicamentos ansiolíticos e antidepressivos, por exemplo”. Para o tratamento dos comportamentos aditivos, afirmam Marlatt e Gordon (1993) foi criada a abordagem Prevenção de Recaída (PR), alicerçada nos princípios da teoria do aprendizado social de Bandura (1977, citado por Marlatt & Gordon, 1993) e na Terapia Cognitivo-Comportamental.